Seguro internacional e Imposto de Renda: posso deduzir no IRPF ou na empresa?

A dúvida é comum: posso deduzir o seguro saúde internacional no meu Imposto de Renda?

A resposta é: depende do tipo de contribuinte, da forma de contratação e da estrutura jurídica da empresa.

👤 Pessoa física: posso deduzir o valor no IRPF?

Não. Mesmo que o seguro saúde internacional seja pago com o objetivo de cuidado pessoal ou familiar, ele não pode ser deduzido como despesa médica no IRPF, pois não é regulado pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) e os prestadores envolvidos (médicos, clínicas, hospitais) não estão inscritos no Brasil com CNPJ válido. Isso é um critério exigido pela Receita Federal.

Ou seja: mesmo com nota fiscal ou recibo de pagamento, os valores não podem ser lançados como despesa dedutível no formulário do IR.

⚠️ Importante: lançar indevidamente essa despesa como dedutível pode gerar malha fina e penalidade.

🏢 Pessoa jurídica: posso lançar como despesa da empresa?

Aqui o cenário muda. Quando a empresa contrata o seguro saúde internacional para proteger sócios, diretores ou funcionários, o custo pode ser registrado como despesa operacional – desde que siga alguns critérios:

• O beneficiário está relacionado às atividades da empresa.

• O contrato está no CNPJ da empresa (ou existe vínculo contratual claro).

• A justificativa é estratégica (ex: executivo que viaja com frequência, expatriados, diretores em missão internacional).

• O contrato esteja bem documentado com cláusulas que demonstrem o benefício ao negócio.

Esse tipo de abordagem, feita com apoio contábil e jurídico, pode garantir planejamento tributário legítimo, principalmente em estruturas como holdings, grupos familiares ou empresas de representação no exterior.

👨‍👩‍👧 E na prática? Como muitas famílias têm feito?

Famílias de alta renda que contratam o seguro internacional costumam não deduzir no IR, mas em alguns casos usam estratégias empresariais:

• Contratam o seguro via holding familiar.

• Estabelecem um vínculo de trabalho ou prestação de serviço do membro beneficiado.

• Formalizam a contratação como um benefício corporativo, e não pessoal.

✍️ Conclusão:

Não caia no erro de lançar como dedutível o que não é. Mas também não deixe de explorar caminhos legítimos com apoio contábil.

O seguro internacional pode ser parte de um planejamento estratégico — desde que feito com responsabilidade e clareza.

💡 Dica extra:

Se você é empresário ou faz parte de uma família que atua com estruturas empresariais, vale conversar com seu contador sobre a possibilidade de integrar o seguro internacional ao seu plano de proteção e planejamento.